segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Votos para 2012

Que a educação seja vista como a base para uma geração melhor. Que os professores sejam reconhecidos pela responsabilidade imensa e valor inigualável que exercem em nossas vidas.

Nada como terminar o ano com um trecho do relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI coordenado pelo professor Jacques Delors:

" Os quatro pilares da educação: Para que a Educação cumpra seus alvos é necessário que se organize em torno de quatro aprendizagens: Aprender a conhecer, isto é, adquirir ferramentas básicas para aprender; aprender a fazer, isto é adquirir uma profissão, aprender a viver juntos, a participar e cooperar com os outros e finalmente aprender a ser, pela qual se desenvolve a personalidade e identidade".

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Curso processamento visual - aspectos teóricos e práticos

Curso dirigido a Fonoaudiólogos, Psicólogos, Psicopedagogos e professores

O objetivo do curso é apresentar conteúdo teórico-prático que pode subsidiar a avaliação e a intervenção com o processamento visual em escolares com transtornos de aprendizagem e atenção.

Sábado dia 22/10 - 8:00 - 17:30. - ABD - Associação brasileira de dislexia.

Maiores informações: http://www.dislexia.org.br/

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Como lidar com filho único

Como filha única posso dar um depoimento com muita segurança sobre como carregar esse rótulo, mesmo após 27 anos.

Já ouvi de tudo. Já quis ter irmãos, já agradeci muito por não tê-los.  Hoje, adulta e com uma visão diferente sobre o assunto, me coloco no lugar dos pais e principalmente do filho, como ser único e dependende (olha o rótulo de novo!).

Na verdade sempre me chamaram de mimada e egoista pelo simples fato de eu não ter tido irmãos para dividir a atenção dos meus pais. Ser filho único era associado a coisas negativas, crianças infelizes e sozinhas que irião se tornar adultos fracassados.

Os pais: Muitos acham que ter apenas um filho significa ter menos trabalho para cria-lo e conseguirão oferecer o melhor. Na verdade, criar um filho único, a principio é muito mais trabalhoso do que dois ou três. Essa criança vai demandar muito mais a atenção dos pais e eles precisam entender que o importante para o crescimento saudável é a convivência com outras crianças dentro e fora do ambiente escolar. Não sou a favor de familias grandes ou pequenas. Sou a favor da criação dos filhos com responsabilidade e dedicação independentemente se os pais optam por um ou mais. A criança que não tem irnãos não pode ser tratada com pena como se isso fosse algo negativo. O vinculo que ela pode (e deve) criar com os amigos e primos serão tão importantes quanto o vinculo estabelecido com um irmão.

Os filhos: As crianças se adaptam muito mais rápido a situações novas do que os adultos. O comportamento agressivo, egoista ou introspectivo de uma criança pode ou não ser associado a ser filho único. Muitos aprendem desde cedo a dividir, compartilhar e estabelecer relações muito significativas com outras crianças assim como as crianças que tem irmãos. Em uma sociedade tão bem informada como a nossa acho que os pais devem se preocupar não apenas com a educação formal de seus filhos, mas também com o tipo de pessoa que ele se tornará.

Para ilustrar o tema, uma breve e importante entrevista com a psicanalista Lilli Milman no programa Quebra Cabeça da GNT.




Você me quer?
Você cuida de mim?
Mesmo que eu seja uma pessoa egoísta e ruim?
Você me aceita
E me dá a receita
De como conviver com um monstro mesquinho e careta?
Você me respeita
Não grita comigo
Mesmo que eu tente tudo pra te irritar
Você tem que entender
Que eu sou filho único
Que os filhos únicos são seres infelizes
Eu tento mudar
Eu tento provar que me importo com os outros
Mas é tudo mentira (tudo mentira)
Estou na mais completa solidão
Do ser que é amado e não ama
Me ajude a conhecer a verdade
A respeitar meus irmãos
E a amar quem me ama

Cazuza - Filho único

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Escolas de idiomas têm métodos específicos para alunos com deficiência.

Cada indivíduo carrega uma bagagem única. Esse pensamento é compartilhado por Eloisa Le Maitre Lima, pedagoga mestre em neurolinguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretora da escola de idiomas Dice English Course, do Rio de Janeiro. Há 28 anos no mercado, a instituição de ensino se baseia na metodologia construtivista piagetiana, desenvolvida com a meta de ensinar a língua inglesa a alunos com deficiência visual. “Isso nos propicia um trabalho mais personalizado. Lecionar para crianças significa que o profissional deve aprender e gostar de trabalhar com ‘diferente’. Ele precisa sentir e, principalmente, no caso de crianças com deficiência, o tato, o corpo, o olfato e a audição são de extrema importância. E o método com o qual trabalhamos privilegia a audição, capacidade importantíssima para o aprendizado da língua por qualquer pessoa”, defende a especialista.
Durante o aprendizado, a criança, em especial, tem a vantagem nata de desenvolver a percepção auditiva com mais eficiência. Além disso, quando há algum aprendizado em defasagem, outros evoluem. Portanto, o ensino de um idioma para ela não pode ser atribuído somente aos olhos. De 0 a 12 anos, elas aprendem por meio da ação.
A vivência em detalhes mínimos, como o acompanhamento por um professor em um tour para que a criança conheça a escola e os procedimentos internos, faz parte de uma espécie de ritual de boas-vindas na instituição carioca, que busca a inclusão social. Outra peculiaridade chama a atenção: na hora de “ver” as historinhas, os alunos cegos presenciam a narrativa por meio de performances. “Por exemplo, ao se tratar do conto Chapeuzinho Vermelho, encenamos todo o enredo, enquanto eles acompanham voz e ação, sempre com muito cuidado para que não percam o foco”, comenta a pedagoga.
Como todo processo de aprendizado, nada na escola é padronizado. As reformulações são bem aceitas e avaliadas, de acordo com as necessidades de cada aluno e seu desenvolvimento. Professores também passam por reciclagem constante. “Mantemos um grupo de estudo semanal sobre as três frentes relevantes (didática, psicologia e linguística). Todos são absolutamente fluentes. Não falamos nada na língua nativa durante as aulas e nem nas nossas dependências. Mantemos uma ambientação em inglês para que a imersão seja total enquanto estão aqui”.

Tecnologia a favor da inclusão

Imagine uma solução de tecnologia educacional, que consiste em quatro modelos diferentes chamados “mesas educacionais”. Assim, a Companhia Positivo Informática de Curitiba, no Paraná, direciona ensinos das línguas inglesa e espanhola, por meio da Mesa Educacional E-Block Inglês, comercializada no Brasil, e a E-Block Espanhol, exportada para Colômbia, Uruguai, Paraguai, Argentina, Chile, México, Porto Rico e Panamá. “Nossa técnica usa mecanismos multissensoriais, os quais possibilitam um aprendizado divertido e funcional, valorizando todos os sentidos dos baixinhos entre 4 e 10 anos. A solução é exportada para aproximadamente 40 países. No Brasil, mais de cem escolas públicas, principalmente as municipais, utilizam a E-Block Inglês”, explica Inês Gambá, coordenadora pedagógica do Núcleo de Serviço e Implantação de Projetos.
Por meio da colaboração e interação, a mesa estimula o aprendizado da língua inglesa. Com ela, é possível trabalhar com dois até seis alunos com ou sem deficiência. Para ministrar as aulas, o professor é capacitado por um curso que compreende 20 horas, distribuídas nos cinco dias úteis da semana. O intuito é que o aluno tenha contato direto com o conteúdo, incentivando-o a desenvolver suas habilidades psicomotoras. O professor também pode utilizar a solução, sem a conexão com o computador, já que a ferramenta disponibiliza materiais didáticos independentes.

“Acompanho de perto a evolução de cada um. Se estão felizes, aprendem e têm vontade de assistir às aulas. O que dá certo com um estudante pode não funcionar para outros”, comenta a pedagoga Eloisa Le Maitre Lima.


Por Rosi Gonçalves da Revista Sentidos

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Coordenador pedagógico: um profissional em busca de identidade

Quem são os coordenadores pedagógicos no Brasil? Um resumo das características do profissional que atua nessa função.

90% são mulheres

88% já deram aula na Educação Básica

76% têm entre 36 e 55 anos

A maioria tem mais de 5 anos de experiência na função


Quem são os coordenadores pedagógicos no Brasil

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Um curso sobre inclusão

Terça  foi o último dia do curso "A inclusão de crianças portadoras de necessidades educacionais especiais." que fiz pelo Sinpro. Já fiz vários cursos mas este, em especial, mudou algo dentro de mim. A enorme sensibilidade pela qual a fonoaudióloga especialista em linguagem referia-se ao tema mudou completamente o meu olhar. No primeiro dia o meu discurso era que todo aluno é especial pois tem suas particularidades e por que não dificuldades? O curso foi além das minhas expectativas e tenho certeza que cada educador que ali estava jamais entrará em sala de aula da mesma forma. Gostaria de compartilhar com vocês pois acredito que tudo que se refere a educação, seja especial ou não, serve para contribuir não só para nossa formação mas também para nos tornarmos seres humanos melhores.
Hoje em dia há muitas leis sobre inclusão e que a escola, seja particular ou pública, tem o dever de saber e informar aos professores e a todos os envolvidos no espaço educacional. Nenhuma escola pode recusar uma criança com necessidades especiais educacionais e o que ficou muito claro pra mim é que a escola é que tem que se adaptar ao aluno e não o aluno a escola. Ser transparente com os pais é o primeiro passo para acolher essa criança. A diretora ou coordenadora deve expor as limitações tanto do corpo docente quanto da própria escola como espaço fisico e inclusivo.

" Cada criança, seja quais forem seus limites, tem direito a uma Educação Integral. É um valor que não se pode medir."

Claro que não vou ir muito além quero apenas provocar um pouco aqueles educadores que acham que já sabem lidar com as diferenças. Para refletir sobre o nosso papel fica o video ao qual o curso foi encerrado.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

De que maneira os animais de estimação podem contribuir para o desenvolvimento da criança?

A aquisição de um animal de estimação – um desejo de muitos pais para proporcionar uma companhia a seus filhos – traz inúmeros benefícios para as crianças, mais do que um simples amigo para as brincadeiras. O convívio com o bicho pode estimular o companheirismo e a amizade, tornando-as mais compreensivas. E com isso, o animal se torna parte da família, um novo integrante, inserindo-se na rotina e muitas vezes tendo um papel facilitador no relacionamento entre pais, filhos e irmãos, proporcionando melhor integração na família.
No momento em que o animal faz algo que a criança não gosta, ela se depara com diversos sentimentos, como tristeza e frustração, os quais exigem da criança o desenvolvimento de uma tolerância e uma maior compreensão dessas situações.
Conforme a idade, a criança, ao ter contato com o animal de estimação, começa a adquirir autonomia e desenvolve responsabilidade no auxílio de tarefas que envolvem cuidados, como alimentação, água, higiene, ou seja, condições básicas para se viver.
Além da compreensão das necessidades básicas do animalzinho, a criança também tem contato com as perdas que este vínculo, como qualquer outro, pode oferecer, visto que o ciclo de vida deles é mais curto. Ao se deparar com um possível luto, a criança aprende a lidar com as perdas.
O contato com animais de estimação contribui também para o desenvolvimento biopsicossocial da criança, realizando uma estimulação sensorial e motora bem como aspectos emocionais e sociais.


Melina Blanco Amarins, psicóloga do Einstein

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Curso:"A inclusão de crianças portadoras de necessidades educacionais especiais: trabalhando com as diferenças".

Público-alvo: Professores de educação infantil, ensino fundamental I e II, ensino médio e demais interessados

Objetivo: Pretende-se esclarecer os mitos acerca da inclusão e refletir sobre os principais efeitos da inserção de alunos especiais na escola regular para uma sociedade mais justa e igualitária; além disso, a intenção é oferecer subsídios para o trabalho em sala de aula com alunos portadores de necessidades educacionais especiais.

Conteúdo: Principais causas dos problemas de aprendizagem; transtorno do déficit de atenção e hiperatividade - TDAH; autismo e psicose infantil; alterações no processamento auditivo; distúrbio específico de linguagem - DEL; dislexia; histórico da inclusão; reflexões sobre a inclusão e a realidade das escolas; escola regular x escola especial; atuação e atualização do professor; leis que norteiam o processo de inclusão.

Professora: Dianne Cristine Rodrigues de Melo
Fonoaudióloga clínica; especialista em linguagem; atua na promoção da linguagem e reabilitação dos distúrbios da comunicação humana; realiza programas de inclusão e de assessoria fonoaudiológica escolar e empresarial; coordenou e organizou o I Colóquio de Fonoaudiologia, Educação e Psicopedagogia; atualmente dedica-se à elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação de projetos sociais.

Período: 7, 14, 21 de junho, das 19h às 22h
Carga horária: 9 horas
Número de vagas: 30
Preço: sindicalizados - R$ 63.00 | não-sindicalizados - R$ 126.00

segunda-feira, 16 de maio de 2011

XXVII JELI - Jornada de Ensino de Língua Inglesa

ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA DO ESTADO DE SÃO PAULO UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO anunciam a XXVII JELI - Jornada de Ensino de Língua Inglesa - Novos Letramentos e Avaliação: Desafios Contemporâneos no Ensino e Aprendizagem de Inglês, a realizar-se nos dias 20 e 21 de maio, em São Bernardo do Campo/SP, na Universidade Metodista, Campus Rudge Ramos.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Neuropedagogia e a complexidade cerebral na sala de aula

"Cresce a necessidade de o professor reconhecer e incorporar o conhecimento do funcionamento do sistema nervoso e seu desenvolvimento para enriquecer a sua prática de ensino."

                                                                                              Marta Pires Relvas



A revista PSIQUE deste mês traz uma matéria interessante sobre a Neuropedagogia em sala de aula. São 6 páginas de teoria, prática e exemplos acerca do funcionamento do cérebro na aprendizagem. Falar de Neuropedagogia causa uma certa aversão, pois já ouvi professores dizendo que não tem tempo para saber o que cada aluno está sentindo e muito menos entender enteder da parte biológica. O professor não deve se limitar a teoria se quiser que seus alunos tenham uma aprendizagem significativa. E de uma forma simples e ao mesmo tempo completa, Marta Pires ( bióloga, neuroanatomista, neurofisiologista humana, psicanalista e psicopedagoga) instiga o educador moderno a ir sempre além. Separei alguns trechos para dividir com vocês essa nova perspectiva.

"Sob o ponto de vista da Neuropsicologia, conhecer o processo de aprendizagem se tornou um novo desafio  para os professores, e o ambiente desta especificidade é a sala de aula. O professor, ao estabelecer as estratégias de ensino em relação ao seu conteúdo em seus planejamentos, deve estar ciente de que suas turmas constituem uma biologia cerebral, tal qual uma verdadeira ecologia cognitiva.

NOVOS RUMOS

O novo caminho que o professor pderá percorrer a fim de despertar o interesse do estudante para as novas aprendizagens é pelas conexões afetivas e emocionais do sistema límbidico, sendo estas ativadas no cérebro de recompensa. Por isso, precisam ser preservadas e respeitadas, pois são centelhas energéticas que provocam a liberação de substâncias naturais, os mensageiros químicos conhecidos como serotonina e dopamina, pois estão relacionados á satisfação, ao prazer e ao humor.

Para uma aprendizagem significativa, a aula tem des ser prazerosa, bem humorada, elaborada e organizada estratégicamente a fim de atender aos movimentos neuroquimícos e neuroelétricos do estudante. O professor que não instiga seus alunos á dúvida e á curiosidade, inibe o potencial de inteligência e afetividade no processo de aprender.




A matéria completa pode ser encontrada no site da Revista PSIQUE Nº 64.


segunda-feira, 25 de abril de 2011

Alicia Fernández: "Aprendizagem também é uma questão de gênero"

Uma questão despertava a atenção da psicopedagoga argentina Alicia Fernández na década de 1980. A maioria dos casos relacionados a dificuldades escolares que chegavam ao consultório dela se dava com meninos e não com meninas.Um estudo realizado entre 1986 e 1989, com crianças e jovens menores de 14 anos, comprovou uma observação: 70% deles eram do sexo masculino. A constatação de que o cenário se repetia em outros países estimulou a investigação sobre o assunto. O resultado está no livro A Mulher Escondida na Professora, que discute o papel feminino na Educação. Com 63 anos, a diretora da Escola Psicopedagógica de Buenos Aires presta serviços de consultoria a instituições de formação em seu país e também no Uruguai, em Portugal, na Espanha e no Brasil. “Sinto que sou um pouco nômade”, afirma. Atualmente, ela desenvolve pesquisas sobre hiperatividade e déficit de atenção na infância, problemas que cada vez mais são identificados, inclusive no Brasil.

Nesta entrevista, concedida à NOVA ESCOLA no Uruguai, Alicia explica que esses distúrbios são reflexos do comportamento da sociedade, permeado pelas questões de gênero, e não algo que aparece de forma espontânea e isolada em cada um dos alunos.

Por que relacionar as questões de gênero à aprendizagem?
ALICIA FERNÁNDEZ
Percebi que a maioria das crianças que chegava para o atendimento psicopedagógico em meu consultório era de meninos. Achei que essa observação merecia uma pesquisa. Procurei estatísticas em outros países e constatei a mesma situação. Ainda hoje, de 75 a 80% dos pacientes encaminhados para o atendimento desse tipo são do sexo masculino.Para entender melhor a questão, comecei a analisar as famílias e percebi que em casa a figura feminina (mãe, avó, babá, irmã mais velha, tia etc.) era a responsável pelas primeiras descobertas dos pequenos.

 
Como a orientação feminina interfere na aprendizagem dos meninos?  ALICIA Considerando que os humanos aprendem por identificação, é possível imaginar como é difícil para um garotinho ser ensinado por uma mulher a fazer xixi usando o vaso sanitário,por exemplo. Ela não é um modelo para ele porque não age da mesma maneira. Isso se repete na escola, onde a maioria é de professoras. Sempre queremos nos parecer com quem ensina e é por isso que para os meninos é mais complexo dar uma significação prazerosa ao conhecimento.

Como se explicam, então, os problemas escolares apresentados pelas meninas em sala de aula?
ALICIA Com as garotas, o caso é outro. As dificuldades delas ficam escondidas porque o modelo que se tem de bom aluno é aquele que não questiona, é quieto, obediente, passivo e caprichoso nas atividades. Elas, em geral, reúnem essas características e, por isso, são valorizadas. Esses critérios de avaliação são criados por mulheres, que não consideram as questões de gênero presentes na sociedade. Se esse processo fosse encabeçado por homens, a situação seria diferente porque eles levam em conta outras coisas, como a espontaneidade e a ousadia.Porém o problema não se resolveria se eles também não pensassem nessa dicotomia.

Quais as principais queixas em relação aos estudantes encaminhados aos consultórios psicopedagógicos? ALICIA Os meninos apresentam hiperatividade e as meninas são diagnosticadas com distúrbios de atenção – estão sempre dispersas e não se concentram. Ambos os casos levam à dificuldade de aprendizagem e são considerados questões de gênero. Quando falamos de crianças, o maior número de pacientes é do sexo masculino, mas a proporção se equipara quando nos referimos aos adolescentes. Isso acontece porque eles, de modo geral, questionam tudo e todos.É assim que constroem o seu pensamento. Se a garota foi reprimida na infância, podem se manifestar durante sua adolescência distúrbios como anorexia e bulimia. Ela não se permite comer para se satisfazer ou come e sente necessidade de vomitar. É como se não tivesse direito de se apropriar do alimento. Essa mesma lógica ocorre em relação ao conhecimento.

Cabe ao professor desenvolver um trabalho intencional sobre gêneros?
ALICIA Eu afirmaria que sim se não tivesse medo de isso se transformar numa técnica, ou seja, o educador falar sobre o assunto duas horas por semana e nada mais.O assunto é para ser trabalhado de maneira transversal, com constância, nas mais diferentes disciplinas.É preciso, por exemplo, corrigir alguns textos que se encontram nos livros de História, como: “Os egípcios moravam na beira do rio Nilo. Suas mulheres...” O texto não diz claramente que as mulheres são propriedade dos homens, mas sutilmente sugere que a palavra egípcios, no trecho, não se refere ao povo como um todo. Essas mensagens subliminares são profundas e perigosas, pois criam um modo de pensar. É necessário excluir isso das aulas.

Cite outras situações de preconceito em relação à mulher.
ALICIA Quando procuramos as palavras homem e mulher em dicionários espanhóis e brasileiros, encontramos embaixo da primeira a seguinte definição: “homem público, indivíduo que ocupa um alto cargo do Estado”. Já mulher pública é definida como prostituta, meretriz. Isso está em publicações que, se supõe, falam de conceitos e não de mitos. A professora é uma pessoa pública, uma cientista, importante na vida da comunidade. Outro exemplo de problema relacionado ao gênero: as carreiras de caráter feminino demoram mais para serem reconhecidas. Isso acontece especificamente no Brasil com a Psicopedagogia, em que a maioria dos profissionais é mulher e – diferentemente do que ocorre na Argentina – ainda não é regulamentada.

Pesquisas indicam que muitos educadores atribuem dificuldades de aprendizagem dos alunos a uma condição social desfavorável.
ALICIA Não acredito nisso. Na Argentina, no sul da Patagônia, trabalhei com psicopedagogos e docentes numa comunidade indígena. Havia a idéia de que o povo que ali vivia não aprendia. Quando a história dessa comunidade começou a ser explorada, descobrimos que no passado os índios tinham muito conhecimento na área da saúde. Com isso, ficou claro que antes eles não aprendiam porque precisavam esconder suas origens e, assim, se adequarem aos nossos padrões. Alguns deles foram matriculados em escolas regulares argentinas e alcançaram notas altas nas avaliações, ficando entre os 10% com melhor desempenho dentro da capital federal. Esse exemplo comprova que se reconhecermos que, o outro é inteligente, independentemente
de raça, classe social e sexo, grande parte das dificuldades deles desaparece.

Como as questões de gênero influenciam a profissão docente?
ALICIA
Os sistemas educativos estão organizados conforme as sociedades patriarcais e, por isso, aspectos da singularidade dos gêneros são negados ou exibidos com excesso, quase como em uma caricatura.

Esses estereótipos prejudicam os docentes e, sem dúvida, os estudantes. O que o homem deixa de lado quando se dedica ao magistério?
ALICIA Às vezes, ele é o único dentro de um grupo grande de mulheres. Por isso, pesa sobre ele a responsabilidade do sexo masculino, ou seja, ele é visto como o grande pai. Quando é preciso chamar a atenção de um aluno, delegam essa função a ele – que não pode se constituir em um modelo de masculinidade como deseja. Não é permitido ao professor, por exemplo, agir com ternura, criatividade e sensibilidade. Se ele assume esse lado, vira motivo de chacota.

E a mulher, o que esconde? ALICIA As próprias idéias. Ela não discute opiniões e tem medo de publicar algo que escreveu. Não é à toa que 90% dos docentes são do sexo feminino e a quantidade de livros publicados por homens é muito maior.Na maioria dos países que pesquisei, cerca de 80% das publicações desse tipo são de homens.

Como mudar essa situação?
ALICIA Para que as mulheres se autorizem em público, é preciso que elas estejam dispostas a enfrentar quem não concorda com elas. Não é fácil. É necessário tempo para que isso aconteça, pois elas foram preparadas para estarem sempre sorridentes e submissas às imposições. Há trabalhos extraordinários que as professoras fazem e que deveriam se tornar públicos. Entretanto, elas não se animam a escrever suas experiências. Muitas dizem que são a única a pensar de forma diferente na escola. Então, pergunto: “Você já socializou suas idéias com colegas?” Geralmente a resposta é não.Nesse momento, digo que é possível existirem mais duas ou três que compartilham as mesmas opiniões e, juntas, elas poderiam ganhar força nesse questionamento.Por outro lado, há mulheres que quando querem se impor carregam na caricatura do sexo oposto. Elas são ouvidas, mas ficam com a imagem de agressivas e violentas. Esse não é um bom modelo nem para os alunos nem para a sociedade.

Essa falta de autoria tem a ver com as experiências na infância?
ALICIA Sim. A mulher que não se expõe é reflexo da menina que teve de esconder o que pensava, pois suas perguntas nunca eram consideradas apropriadas e as respostas sempre estavam incorretas. Com isso, deixou de questionar o mundo ao redor e passou a registrar tudo em um diário que ninguém pudesse ler. Essa é uma prática comum e exclusivamente feminina.Quando trabalho a psicopedagogia com adultas, proponho o resgate da garotinha que elas já foram um dia para que voltem a se permitir fazer perguntas, conhecer, descobrir e serem espontâneas. Defendo que nunca nos esqueçamos da criança e do adolescente que fomos no passado.

Como não minar o espírito infantil que há em cada aluno?
ALICIA Geralmente, na passagem da préescola para o 1o ano, parte das atividades comuns na Educação Infantil é deixada de lado para que se foque mais nos conteúdos escolares. Com isso, a mensagem passada é que a vida mudou e é necessário assumir afazeres mais importantes. Artistas, poetas, escritores e mesmo os cientistas – autores de grandes invenções para a humanidade – guardam a essência do brincar.Nenhum desses profissionais seria bem-sucedido se não tivesse viva a criança interior, que é questionadora. Os educadores podem ajudar a mudar muito a sociedade nesse sentido. Claro que é um trabalho demorado, mas é profundo porque ele está em contato com seres que são frágeis e aprendem por meio de referências.

De que maneira um mestre pode se tornar um modelo?
ALICIA Sempre nos lembramos daqueles que ensinavam com entusiasmo e dos que tinham senso de humor.Nunca nos remetemos a eles como alguém que lecionava bem. Quando se alfabetiza, por exemplo, se ensina o amor pela leitura e não só o ato de ler. Se o aluno aprende apenas a técnica, não vira um bom leitor. Quando um mestre desempenha sua função com esse grau de qualidade, deixa para trás qualquer problema relacionado à questão de gênero.

Entrevista do site da Revista Nova Escola por Cristiane Marangon. http://revistaescola.abril.com.br/


Alicia Fernández é o nome mais respeitado da Psicopedagogia. Tive a oportunidade de conhece-la em um congresso realizado há dois anos. Uma pessoa extremamente doce e apaixonada pela educação Sua palestra encantou a todos que com certeza passaram a admira-la ainda mais. Costumo dizer que nenhum professor continua com o mesmo olhar depois de ler Alicia Fernández. Recomendo dois livros que já li mas acho que todos são essenciais para a formação do educador moderno, preocupado, atento e atualizado.



A Inteligência Aprisionada, Alicia Fernández, 264 págs., Ed. Artmed, tel.0800-703-3444, 46 reais
A Mulher Escondida na Professora, Alicia Fernández, 182 págs., Ed. Artmed, 46 reais
O Saber em Jogo, Alicia Fernández, 184 págs., Ed.Ar tmed, 39 reais
Os Idiomas do Aprendente, Alicia Fernández, 224 págs., Ed. Artmed, 44 reais
Psicopedagogia em Psicodrama, Alicia Fernández, 208 págs., Ed. Vozes, 32,10 reais

domingo, 17 de abril de 2011

Afinal, o que é Psicopedagogia?

      A psicopedagogia, ao contrário do que o senso comum acredita, não é a junção da pedagogia com a psicologia. Segundo Fernández (1984:58) “é a área do conhecimento que trabalha o processo de ensinar e aprender.”Quando falamos desse processo não devemos nos prender apenas à aprendizagem formal, referindo-nos à escola, e sim dar um sentido mais amplo, visto que o ser humano em contato com o outro em qualquer contexto também aprende. Nenhum fator pode ser desconsiderado; família, sociedade e escola sempre farão parte da formação evolutiva de todo indivíduo.
    Observo que os educadores apesar de tanto falarem sobre novos conceitos aplicados a melhoria do ensino / aprendizagem, ainda continuam desamparados frente a tantos conceitos distorcidos, pois não existem receitas de como fazer alguém aprender com eficácia. Como professora também sinto a dificuldade em transpor teorias para a prática em sala de aula tendo em vista a diversidade de uma turma. Não é apenas o fato de usar técnicas ou atividades diferentes que atendam a todos os alunos.
        A psicopedagogia sendo interdisciplinar e complexa, não trata apenas das dificuldades de aprendizagem. Ela considera o sujeito, o professor, a família, a escola e a sociedade como partes essenciais de todo esse processo. É uma visão ampla e ao mesmo tempo minuciosa sem focar no que o individuo não consegue fazer, mas direcionando o olhar para o que ele tem de melhor, suas habilidades e vontades, interligadas com suas relações com o mundo.        
       Muitos professores ainda mantêm a visão tradicional de ensino, onde se posicionam em frente à sala de aula, repassam o conhecimento adquirido ou apenas memorizado e os alunos devem ficar atentos às explicações. O educador é o detentor do saber e é seu dever transmiti-lo e obrigação dos alunos de aprender. Dessa forma, muitos acreditam que a aprendizagem será comum a todos. O olhar do educador ainda é para o todo, desconsiderando a singularidade e as modalidades de aprendizagem tão importantes e discutidas atualmente.
       Dentre os fatores que influenciaram diretamente as mudanças da visão da escola, dos professores e dos alunos, assinalo o fato de que a sociedade moderna não é a mesma de trinta anos atrás, a família não tem mais a mesma estrutura, os pais não desempenham mais os mesmos papéis e por que a educação continuaria estática, tradicional e objetiva frente a tantas mudanças? Acompanho muitas discussões e novas propostas a fim de igualar o ensino com essa nova sociedade, mas pouco ou nada é feito. Aulas mecânicas são dadas todos os dias. Professores reclamam do mau desempenho de seus alunos, novos distúrbios surgem para justificar o fracasso escolar e mesmo nessas condições precárias, escolas, professores e alunos buscam incansavelmente explicar o motivo da não – aprendizagem.
O contexto atual exige um professor preparado para as diversidades e a psicopedagogia se faz presente, dado que não é uma ciência nova no Brasil, amparando a família, a escola e os sujeitos envolvidos na complexidade do saber.

FERREIRA, Camila Akemi. A Relação Professor / Aluno – Um Olhar Psicopedagógico Sobre a Educação No Contexto Atual. 2010. Monografia (Especialização Lato-sensu em Psicopedagogia). São Paulo Master School/Universidade São Marcos. São Paulo.

Para refletir

“Todo inventor, por mais genial que seja é sempre produto de sua época e de seu ambiente. Sua obra criadora partirá dos níveis alcançados anteriormente e também se apoiará nas possibilidades que existem fora de si.”     

 Lev S. Vygotsky                


terça-feira, 12 de abril de 2011

Dica de leitura

Gosto muito do filósofo e mestre em educação Mario Sergio Cortella. Há dois anos estive em um congresso de psicopedagogia e fiquei encantada com uma palestra dele, principalmente porque a dica de leitura de hoje foi inspirada em Paulo Freire.

"A tese fundamental é que o Conhecimento é uma construção cultural (portanto social e histórica) e a Escola (como veículo que o transporta) tem um comprometimento político de caráter conservador e inovador que se expressa também no modo como esse conhecimento é compreendido, selecionado, transmitido e recriado."

É uma visão ampla, moderna e diferenciada acerca da educação. É o tipo de leitura que nos leva a refletir sobre o meio, as descobertas e o outro no processo constante e mútavel da aprendizagem no contexto escolar, político e filosófico. Boa leitura!



Apadrinhamento um ato de amor

No final do ano passado conheci o Fundo Cristão em um blog de moda de uma pessoa muito especial que acompanho há alguns anos, a Cris Guerra do blog Hoje eu vou assim. Ela já tem uma experiência muito comovente com o apadrinhamento e decidiu compartilhar e divulgar esse projeto apaixonante. Devo confessar que sempre tive uma certa desconfiança com projetos sociais, principalmente os que pedem doações em dinheiro. Entrei no site, assisti os videos, os depoimentos de padrinhos e li sobre o projeto com as familias das crianças. Com apenas R$ 42,00 por mês é possivel ajudar uma criança a ter um futuro melhor. No site tem o perfil de cada um deles, foi bem dificil escolher um. O critério que eu e meu noivo usamos foi bem simples: Escolhemos um menino que gostasse das mesmas coisas que nós. Fizemos o cadastro pelo site e um mês depois já recebemos a primeira cartinha. É realmente algo indescritivel poder acompanhar o crescimento de uma criança e saber que estamos colaborando para que ela tenha um futuro bem melhor. Ainda está em dúvida? Entre no site, ligue, pergunte e ajude :)


Fundo Cristão para Crianças: http://www.fundocristao.com.br/

Hoje eu vou assim:  http://www.hojevouassim.com.br/

E o video do depoimento da Cris Guerra. Vale a pena assistir!



quarta-feira, 6 de abril de 2011

Curso intensivo sobre dislexia

Sou contra qualquer diagnóstico antecipado. Acredito que somente profissionais multidiciplinares capacitados podem indicar que alguém é dislexico. Todos os cursos e palestras que participei tive contato com histórias incriveis de professores sem nenhuma informação sobre o assunto que rotulava os alunos mais fracos ou com qualquer dificuldade de aprendizagem como disléxico. Acho essencial que todo profissional da área educacional se atualize, estude e leia a respeito. A ABD  Associação Brasileira de Dislexia tem um site bem completo com informações especificas para professores, além de cursos e palestras com especialistas e profissionais  para orientar e esclarecer todas as dúvidas. Quer ser um professor com um olhar diferenciado? Informe-se!

DE 11 A 22 DE JULHO  Auditório da ABD

Curso intensivo para capacitação, dirigido a profissionais já atuantes das áreas de educação e saúde e profissionais das áreas de Psicologia, Fonoaudiologia, Psicopedagogia, Neurologia, Pediatria, Pedagogia, Oftalmologia e afins.
É um curso de aprimoramento com aulas específicas que partem desde a formação anatômica do cérebro e suas funções; seguindo pelo desenvolvimento infantil; funções motoras; evolução do pensamento; oralidade, respiração; aprendizagem; aquisição da leitura e escrita; exames específicos; avaliações; estudos de caso, vivências, tratamento, materiais de apoio, e legislação brasileira. Os participantes terão Certificado de Conclusão, chancelado pela Associação Brasileira de Dislexia - ABD, com freqüência igual ou superior a 75% das aulas.

Mais informações no site: http://www.dislexia.org.br/

segunda-feira, 28 de março de 2011

Todo professor deveria ler Paulo Freire

BULLYING - Qual o papel da escola?

Esse é o assunto do momento. Escolas, pais e educadores estão atentos a qualquer sinal de bullying. Depois do video do garoto australiano Casey Heynes que era constantemente agredido na escola,cair nas redes sociais, todos se perguntam o que deve ser feito para punir as crianças e adolesccentes que sem dó nem piedade agridam o outro. Que tipo de adultos teremos?

Todos já viram ou conhecem algum caso de bullying na escola. Todas as gerações já passaram por isso. Eu sinceramente acho que as crianças tem um excesso de liberdade que foge do controle de pais e educadores mas esse tema é complexo demais para ser tratado nesse post. A Revista Nova Escola fez um matéria bem interessante comentando o caso Heynes.


Pelos comentários publicados na internet sobre o vídeo e pela própria maneira como as reportagens foram editadas, percebe-se que quase ninguém questionou o papel de professores e gestores da escola australiana. As especialistas da Unicamp explicam que, por ser um problema que ocorre entre os alunos, o bullying pode mesmo demorar para ser detectado. "Em muitos casos, quando pais e professores ficam sabendo, a criança já sofre há pelo menos dois anos", comenta Adriana Ramos.
Essa dificuldade, no entanto, não deve ser usada como desculpa para a escola se eximir de responsabilidade. No caso australiano, há fortes indícios de que professores e gestores foram omissos. "Não é possível que ninguém viu o menino passar por tanta humilhação", comenta Luciene Tognetta. Tudo leva a crer que a escola não tomou as atitudes necessárias nem antes nem depois de o problema aparecer.
A reação da diretoria ao saber da briga reforça essa suspeita. Ao saber do ocorrido, a escola optou por suspender os dois alunos. Com isso, deixou de lado todas as características do bullying e passou a lidar com o problema como se fosse uma briga comum - sem dar importância para as razões que levaram Heynes ao ato de violência. "Ao suspender os dois, a escola não evidencia que, por trás da violência, está o bullying, nem dá a eles a chance de refletir sobre a questão", diz Adriana.

A materia completa no site da revista Nova Escola http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/caso-casey-heynes-bullying-omissao-escola-622917.shtml




Pensamento educativo do dia

"Para ser original é necessário ter a coragem de ser um amador." - Wallace Stevens (Poeta norte-americano)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Dica de leitura



Refletir acerca da prática educacional deveria ser um exercicio diário da profissão. Não se estagnar e querer sempre melhorar a qualidade de suas aulas e estar aberto a mudanças é alguns dos exemplos que diferenciam um professor . Ler, se informar, trocar informações, experiências e como eu sempre digo trocar frustrações! Ótima leitura! 

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O problema da educação é a escola.

Sempre que digo isso as pessoas se chocam. Na verdade eu também fico chocada com o que a educação tem se transformado nas últimas décadas. Escolas não educam, vendem shows. Não preparam o ser humano para ter caráter, preparam somente para o vestibular. Os pais, antes aliados por um bem em comum tornaram-se inimigos da instituição que reprova seu querido filho, criado com tanto amor, carinho e ausência. Falar de educação hoje em dia é falar da nova estrutura familiar e da nova escola como empresa rentável. Todos os dias me pergunto que tipo de cidadão estou tentando formar com minhas duas aulas semanais, afinal, inglês não reprova. E quem disse que eu dou aula só de inglês? Professores repensem suas práticas. Assunto complexo, eu sei. Dependemos de muita gente para que nosso resultado seja no minimo razoável. Ninguém quer ser inteligente, todos querem ser ricos. Escolas cobram mensalidades abusivas e pagam (quando pagam) salários indignos aos professores. Nenhuma novidade. Gostaria muito que todos os pais deixassem de tratar a escola como status. A mais cara nem sempre é a melhor. Fico muito preocupada com o excesso de atividades aos quais crianças muito pequenas são expostas. Mães e pais querem seus filhos alfabetizados com 5 anos, praticando esportes e frequentando aulas de inglês. Mais uma vez me pergunto: Que tipo de ser humano estamos formando? Pais suprem sua falta de tempo com presentes. A escola se enche de recursos tecnológicos para aumentar a mensalidade e o nivel intelectual está cada vez mais baixo. Já não está na hora de todos refletirmos com os rumos que a educação está seguindo?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Crianças autistas se desenvolvem com a ajuda do esporte



Domingo de manhã, assistindo o Esporte Espetacular me emocionei ao ver o lindo trabalho desse professor de educação física do Rio de Janeiro com crianças autistas. Cada progresso, cada palavra nova pronunciada com o sorriso no rosto mostra que tudo pode mudar quando alguém cheio de coragem, amor e vontade simplesmente faz a diferença. E o depoimento dos pais com o brilho nos olhos ao falar do progresso de seus filhos? Para mim a educação de todas as formas vale a pena quando vemos o resultado tão positivo no final. Parabéns a esse professor por fazer a diferença na vida dessas familias.  

Dica de leitura



Maria Lúcia de Arruda Aranha conta todo o percurso sócio histórico da educação de uma forma clara e com informações relevantes. Muitos capítulos levam o leitor a reflexão do atual cenário educacional e suas mudanças nas últimas décadas. Leitura praticamente obrigatória!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Curso: Distúrbios em sala de aula

O SINPRO SP (Sindicato dos Professores de São Paulo) abriu vagas para o curso livre de "Distúrbios em sala de aula."

Público-alvo: Professores em geral e demais interessados

Objetivo: Visa propor um fortalecimento da estrutura da personalidade do professor para que identifique posturas mais produtivas de modo a proporcionar contribuição real para os alunos, para si próprio e para a escola

Conteúdo: Conceituação: teoria de D.Winnicott - desenvolvimento emocional: paradigma Freudiano e paradigma Winnicottiano; Avaliação diagnóstica: crescimento emocional, estágios iniciais para o estabelecimento da personalidade; a função do meio ambiente no desenvolvimento; Avaliação prognóstica: teoria da comunicação; diferença entre vivências e experiências; intervenções efetivas para cada transtorno de personalidade

Professora: Roseli de Ávila
Psicóloga, pós-graduada em Psicoterapia breve adultos e Psicoterapia Winnicottiana desenvolvimento emocional infantil; professora de psicologia há 17 anos; consultora

Período: 7, 14, 21 de fevereiro, das 19h às 22h
Carga horária: 9 horas
Número de vagas: 30
Preço: sindicalizados - R$ 54.00 | não-sindicalizados - R$ 108.00


18º Feira Internacional de Educação de 18 a 21 de maio

A EDUCAR, maior feira internacional de educação da America Latina, reunirá durante quatro dias mais de 100 expositores de produtos e serviços ligados ao dia a dia da escola.

Nesta oportunidade você encontrará: sistemas de ensino, brinquedos pedagógicos, lousas interativas, softwares educacionais, laboratórios, tecnologia, alimentação escolar, transporte, revistas especializadas, móveis escolares e muitos outros segmentos.

PERFIL DE VISITANTES

Anualmente a Feira recebe visitantes de todos os estados brasileiros, em sua grande maioria educadores e gestores educacionais, e ainda oferece espaço para distribuidores interessados na representação dos produtos expostos.


HORÁRIO
Dia 18 - 13h00 às 19h30
Dia 19 - 08h30 às 19h30
Dia 20 - 09h00 às 18h15
Dia 21 - 08h30 às 17h30


LOCAL DO EVENTO
Centro de Exposições Imigrantes
Rodovia dos Imigrantes, Km 1,5 - São Paulo-SP
(
www.centroimigrantes.com.br)

Situado em local privilegiado, na Rodovia dos Imigrantes a 1.200 metros da Avenida dos Bandeirantes, a 850 metros do terminal Jabaquara do metrô, 3Km do Aeroporto Nacional de Congonhas, 7km do centro hoteleiro e financeiro de São Paulo, 10km do centro da cidade e a 25km do Aeroporto Internacional de Guarulhos.



As informações foram retiradas do site :  http://www.futuroeventos.com.br/novo-site/

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Como escolher uma escola de inglês?

    Há centenas de opções de escolas de inglês e muitas pessoas me perguntam quais as melhores. Apesar de já ter trabalhado em muitas delas e ter conhecido muito bem as metodologias e os materiais nunca consigo atender as expectativas com uma resposta objetiva.     Escolher um local para estudar (seja uma escola de idiomas ou até mesmo a escola dos seus filhos) não é tão simples quanto parece. Muitos ainda preferem aquela perto de casa ou do trabalho, outros são atraídos pela mensalidade ou conhece alguém que já estudou e recomendou muito bem a escola. Eu sei que questões financeiras e de localização são muito importantes mas o velho ditado de que o barato sai caro cabe muito bem a essa discussão. Quantas pessoas você conhece que começaram um curso de inglês e desistiram no meio do caminho por se sentirem desmotivadas ou acharem que não estavam aprendendo? Eu conheço muitas e recebo todos os dias muitos alunos com histórias parecidas. Se você estiver procurando uma escola de inglês ou qualquer outra lingua é preciso saber exatamente qual a sua necessidade. Se isso estiver claro, saiba que para tornar-se fluente em uma língua é essencial que as  4 principais habilidades sejam trabalhadas: gramática, conversação, escrita e leitura. Não se engane achando que você será fluente em uma língua só praticando a conversação ou só se debruçando em listas de vocabulário. Um bom curso terá um pouco de tudo e o resultado final dependerá muito do seu empenho e tempo dedicado. Faça muitas perguntas antes de se matricular. Peça para assistir uma aula e veja o material. Pergunte sobre a formação dos professores, ser nativo ou ter estudado fora não basta, afinal, você é fluente em português mas está capacitado para dar aulas?  Tenha em mente que mesmo no final do  curso e com o seu tão sonhado ceritificado na mão a única garantia de sua fluência é nunca parar de estudar! A língua está em constante mudança, não há formulas e nem o último livro upper upper advanced do seu curso será a garantia de que você está pronto!

Welcome!

Esse blog surgiu com a necessidade de expor e trocar informações com todos os interessados na área da educação. Escola, familia, profissão, dificuldades, oportunidades, reciclagem profissional, metodologias de ensino e tudo que possa interessar a professores e curiosos!