quarta-feira, 6 de julho de 2011

Escolas de idiomas têm métodos específicos para alunos com deficiência.

Cada indivíduo carrega uma bagagem única. Esse pensamento é compartilhado por Eloisa Le Maitre Lima, pedagoga mestre em neurolinguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretora da escola de idiomas Dice English Course, do Rio de Janeiro. Há 28 anos no mercado, a instituição de ensino se baseia na metodologia construtivista piagetiana, desenvolvida com a meta de ensinar a língua inglesa a alunos com deficiência visual. “Isso nos propicia um trabalho mais personalizado. Lecionar para crianças significa que o profissional deve aprender e gostar de trabalhar com ‘diferente’. Ele precisa sentir e, principalmente, no caso de crianças com deficiência, o tato, o corpo, o olfato e a audição são de extrema importância. E o método com o qual trabalhamos privilegia a audição, capacidade importantíssima para o aprendizado da língua por qualquer pessoa”, defende a especialista.
Durante o aprendizado, a criança, em especial, tem a vantagem nata de desenvolver a percepção auditiva com mais eficiência. Além disso, quando há algum aprendizado em defasagem, outros evoluem. Portanto, o ensino de um idioma para ela não pode ser atribuído somente aos olhos. De 0 a 12 anos, elas aprendem por meio da ação.
A vivência em detalhes mínimos, como o acompanhamento por um professor em um tour para que a criança conheça a escola e os procedimentos internos, faz parte de uma espécie de ritual de boas-vindas na instituição carioca, que busca a inclusão social. Outra peculiaridade chama a atenção: na hora de “ver” as historinhas, os alunos cegos presenciam a narrativa por meio de performances. “Por exemplo, ao se tratar do conto Chapeuzinho Vermelho, encenamos todo o enredo, enquanto eles acompanham voz e ação, sempre com muito cuidado para que não percam o foco”, comenta a pedagoga.
Como todo processo de aprendizado, nada na escola é padronizado. As reformulações são bem aceitas e avaliadas, de acordo com as necessidades de cada aluno e seu desenvolvimento. Professores também passam por reciclagem constante. “Mantemos um grupo de estudo semanal sobre as três frentes relevantes (didática, psicologia e linguística). Todos são absolutamente fluentes. Não falamos nada na língua nativa durante as aulas e nem nas nossas dependências. Mantemos uma ambientação em inglês para que a imersão seja total enquanto estão aqui”.

Tecnologia a favor da inclusão

Imagine uma solução de tecnologia educacional, que consiste em quatro modelos diferentes chamados “mesas educacionais”. Assim, a Companhia Positivo Informática de Curitiba, no Paraná, direciona ensinos das línguas inglesa e espanhola, por meio da Mesa Educacional E-Block Inglês, comercializada no Brasil, e a E-Block Espanhol, exportada para Colômbia, Uruguai, Paraguai, Argentina, Chile, México, Porto Rico e Panamá. “Nossa técnica usa mecanismos multissensoriais, os quais possibilitam um aprendizado divertido e funcional, valorizando todos os sentidos dos baixinhos entre 4 e 10 anos. A solução é exportada para aproximadamente 40 países. No Brasil, mais de cem escolas públicas, principalmente as municipais, utilizam a E-Block Inglês”, explica Inês Gambá, coordenadora pedagógica do Núcleo de Serviço e Implantação de Projetos.
Por meio da colaboração e interação, a mesa estimula o aprendizado da língua inglesa. Com ela, é possível trabalhar com dois até seis alunos com ou sem deficiência. Para ministrar as aulas, o professor é capacitado por um curso que compreende 20 horas, distribuídas nos cinco dias úteis da semana. O intuito é que o aluno tenha contato direto com o conteúdo, incentivando-o a desenvolver suas habilidades psicomotoras. O professor também pode utilizar a solução, sem a conexão com o computador, já que a ferramenta disponibiliza materiais didáticos independentes.

“Acompanho de perto a evolução de cada um. Se estão felizes, aprendem e têm vontade de assistir às aulas. O que dá certo com um estudante pode não funcionar para outros”, comenta a pedagoga Eloisa Le Maitre Lima.


Por Rosi Gonçalves da Revista Sentidos

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Coordenador pedagógico: um profissional em busca de identidade

Quem são os coordenadores pedagógicos no Brasil? Um resumo das características do profissional que atua nessa função.

90% são mulheres

88% já deram aula na Educação Básica

76% têm entre 36 e 55 anos

A maioria tem mais de 5 anos de experiência na função


Quem são os coordenadores pedagógicos no Brasil