segunda-feira, 25 de abril de 2011

Alicia Fernández: "Aprendizagem também é uma questão de gênero"

Uma questão despertava a atenção da psicopedagoga argentina Alicia Fernández na década de 1980. A maioria dos casos relacionados a dificuldades escolares que chegavam ao consultório dela se dava com meninos e não com meninas.Um estudo realizado entre 1986 e 1989, com crianças e jovens menores de 14 anos, comprovou uma observação: 70% deles eram do sexo masculino. A constatação de que o cenário se repetia em outros países estimulou a investigação sobre o assunto. O resultado está no livro A Mulher Escondida na Professora, que discute o papel feminino na Educação. Com 63 anos, a diretora da Escola Psicopedagógica de Buenos Aires presta serviços de consultoria a instituições de formação em seu país e também no Uruguai, em Portugal, na Espanha e no Brasil. “Sinto que sou um pouco nômade”, afirma. Atualmente, ela desenvolve pesquisas sobre hiperatividade e déficit de atenção na infância, problemas que cada vez mais são identificados, inclusive no Brasil.

Nesta entrevista, concedida à NOVA ESCOLA no Uruguai, Alicia explica que esses distúrbios são reflexos do comportamento da sociedade, permeado pelas questões de gênero, e não algo que aparece de forma espontânea e isolada em cada um dos alunos.

Por que relacionar as questões de gênero à aprendizagem?
ALICIA FERNÁNDEZ
Percebi que a maioria das crianças que chegava para o atendimento psicopedagógico em meu consultório era de meninos. Achei que essa observação merecia uma pesquisa. Procurei estatísticas em outros países e constatei a mesma situação. Ainda hoje, de 75 a 80% dos pacientes encaminhados para o atendimento desse tipo são do sexo masculino.Para entender melhor a questão, comecei a analisar as famílias e percebi que em casa a figura feminina (mãe, avó, babá, irmã mais velha, tia etc.) era a responsável pelas primeiras descobertas dos pequenos.

 
Como a orientação feminina interfere na aprendizagem dos meninos?  ALICIA Considerando que os humanos aprendem por identificação, é possível imaginar como é difícil para um garotinho ser ensinado por uma mulher a fazer xixi usando o vaso sanitário,por exemplo. Ela não é um modelo para ele porque não age da mesma maneira. Isso se repete na escola, onde a maioria é de professoras. Sempre queremos nos parecer com quem ensina e é por isso que para os meninos é mais complexo dar uma significação prazerosa ao conhecimento.

Como se explicam, então, os problemas escolares apresentados pelas meninas em sala de aula?
ALICIA Com as garotas, o caso é outro. As dificuldades delas ficam escondidas porque o modelo que se tem de bom aluno é aquele que não questiona, é quieto, obediente, passivo e caprichoso nas atividades. Elas, em geral, reúnem essas características e, por isso, são valorizadas. Esses critérios de avaliação são criados por mulheres, que não consideram as questões de gênero presentes na sociedade. Se esse processo fosse encabeçado por homens, a situação seria diferente porque eles levam em conta outras coisas, como a espontaneidade e a ousadia.Porém o problema não se resolveria se eles também não pensassem nessa dicotomia.

Quais as principais queixas em relação aos estudantes encaminhados aos consultórios psicopedagógicos? ALICIA Os meninos apresentam hiperatividade e as meninas são diagnosticadas com distúrbios de atenção – estão sempre dispersas e não se concentram. Ambos os casos levam à dificuldade de aprendizagem e são considerados questões de gênero. Quando falamos de crianças, o maior número de pacientes é do sexo masculino, mas a proporção se equipara quando nos referimos aos adolescentes. Isso acontece porque eles, de modo geral, questionam tudo e todos.É assim que constroem o seu pensamento. Se a garota foi reprimida na infância, podem se manifestar durante sua adolescência distúrbios como anorexia e bulimia. Ela não se permite comer para se satisfazer ou come e sente necessidade de vomitar. É como se não tivesse direito de se apropriar do alimento. Essa mesma lógica ocorre em relação ao conhecimento.

Cabe ao professor desenvolver um trabalho intencional sobre gêneros?
ALICIA Eu afirmaria que sim se não tivesse medo de isso se transformar numa técnica, ou seja, o educador falar sobre o assunto duas horas por semana e nada mais.O assunto é para ser trabalhado de maneira transversal, com constância, nas mais diferentes disciplinas.É preciso, por exemplo, corrigir alguns textos que se encontram nos livros de História, como: “Os egípcios moravam na beira do rio Nilo. Suas mulheres...” O texto não diz claramente que as mulheres são propriedade dos homens, mas sutilmente sugere que a palavra egípcios, no trecho, não se refere ao povo como um todo. Essas mensagens subliminares são profundas e perigosas, pois criam um modo de pensar. É necessário excluir isso das aulas.

Cite outras situações de preconceito em relação à mulher.
ALICIA Quando procuramos as palavras homem e mulher em dicionários espanhóis e brasileiros, encontramos embaixo da primeira a seguinte definição: “homem público, indivíduo que ocupa um alto cargo do Estado”. Já mulher pública é definida como prostituta, meretriz. Isso está em publicações que, se supõe, falam de conceitos e não de mitos. A professora é uma pessoa pública, uma cientista, importante na vida da comunidade. Outro exemplo de problema relacionado ao gênero: as carreiras de caráter feminino demoram mais para serem reconhecidas. Isso acontece especificamente no Brasil com a Psicopedagogia, em que a maioria dos profissionais é mulher e – diferentemente do que ocorre na Argentina – ainda não é regulamentada.

Pesquisas indicam que muitos educadores atribuem dificuldades de aprendizagem dos alunos a uma condição social desfavorável.
ALICIA Não acredito nisso. Na Argentina, no sul da Patagônia, trabalhei com psicopedagogos e docentes numa comunidade indígena. Havia a idéia de que o povo que ali vivia não aprendia. Quando a história dessa comunidade começou a ser explorada, descobrimos que no passado os índios tinham muito conhecimento na área da saúde. Com isso, ficou claro que antes eles não aprendiam porque precisavam esconder suas origens e, assim, se adequarem aos nossos padrões. Alguns deles foram matriculados em escolas regulares argentinas e alcançaram notas altas nas avaliações, ficando entre os 10% com melhor desempenho dentro da capital federal. Esse exemplo comprova que se reconhecermos que, o outro é inteligente, independentemente
de raça, classe social e sexo, grande parte das dificuldades deles desaparece.

Como as questões de gênero influenciam a profissão docente?
ALICIA
Os sistemas educativos estão organizados conforme as sociedades patriarcais e, por isso, aspectos da singularidade dos gêneros são negados ou exibidos com excesso, quase como em uma caricatura.

Esses estereótipos prejudicam os docentes e, sem dúvida, os estudantes. O que o homem deixa de lado quando se dedica ao magistério?
ALICIA Às vezes, ele é o único dentro de um grupo grande de mulheres. Por isso, pesa sobre ele a responsabilidade do sexo masculino, ou seja, ele é visto como o grande pai. Quando é preciso chamar a atenção de um aluno, delegam essa função a ele – que não pode se constituir em um modelo de masculinidade como deseja. Não é permitido ao professor, por exemplo, agir com ternura, criatividade e sensibilidade. Se ele assume esse lado, vira motivo de chacota.

E a mulher, o que esconde? ALICIA As próprias idéias. Ela não discute opiniões e tem medo de publicar algo que escreveu. Não é à toa que 90% dos docentes são do sexo feminino e a quantidade de livros publicados por homens é muito maior.Na maioria dos países que pesquisei, cerca de 80% das publicações desse tipo são de homens.

Como mudar essa situação?
ALICIA Para que as mulheres se autorizem em público, é preciso que elas estejam dispostas a enfrentar quem não concorda com elas. Não é fácil. É necessário tempo para que isso aconteça, pois elas foram preparadas para estarem sempre sorridentes e submissas às imposições. Há trabalhos extraordinários que as professoras fazem e que deveriam se tornar públicos. Entretanto, elas não se animam a escrever suas experiências. Muitas dizem que são a única a pensar de forma diferente na escola. Então, pergunto: “Você já socializou suas idéias com colegas?” Geralmente a resposta é não.Nesse momento, digo que é possível existirem mais duas ou três que compartilham as mesmas opiniões e, juntas, elas poderiam ganhar força nesse questionamento.Por outro lado, há mulheres que quando querem se impor carregam na caricatura do sexo oposto. Elas são ouvidas, mas ficam com a imagem de agressivas e violentas. Esse não é um bom modelo nem para os alunos nem para a sociedade.

Essa falta de autoria tem a ver com as experiências na infância?
ALICIA Sim. A mulher que não se expõe é reflexo da menina que teve de esconder o que pensava, pois suas perguntas nunca eram consideradas apropriadas e as respostas sempre estavam incorretas. Com isso, deixou de questionar o mundo ao redor e passou a registrar tudo em um diário que ninguém pudesse ler. Essa é uma prática comum e exclusivamente feminina.Quando trabalho a psicopedagogia com adultas, proponho o resgate da garotinha que elas já foram um dia para que voltem a se permitir fazer perguntas, conhecer, descobrir e serem espontâneas. Defendo que nunca nos esqueçamos da criança e do adolescente que fomos no passado.

Como não minar o espírito infantil que há em cada aluno?
ALICIA Geralmente, na passagem da préescola para o 1o ano, parte das atividades comuns na Educação Infantil é deixada de lado para que se foque mais nos conteúdos escolares. Com isso, a mensagem passada é que a vida mudou e é necessário assumir afazeres mais importantes. Artistas, poetas, escritores e mesmo os cientistas – autores de grandes invenções para a humanidade – guardam a essência do brincar.Nenhum desses profissionais seria bem-sucedido se não tivesse viva a criança interior, que é questionadora. Os educadores podem ajudar a mudar muito a sociedade nesse sentido. Claro que é um trabalho demorado, mas é profundo porque ele está em contato com seres que são frágeis e aprendem por meio de referências.

De que maneira um mestre pode se tornar um modelo?
ALICIA Sempre nos lembramos daqueles que ensinavam com entusiasmo e dos que tinham senso de humor.Nunca nos remetemos a eles como alguém que lecionava bem. Quando se alfabetiza, por exemplo, se ensina o amor pela leitura e não só o ato de ler. Se o aluno aprende apenas a técnica, não vira um bom leitor. Quando um mestre desempenha sua função com esse grau de qualidade, deixa para trás qualquer problema relacionado à questão de gênero.

Entrevista do site da Revista Nova Escola por Cristiane Marangon. http://revistaescola.abril.com.br/


Alicia Fernández é o nome mais respeitado da Psicopedagogia. Tive a oportunidade de conhece-la em um congresso realizado há dois anos. Uma pessoa extremamente doce e apaixonada pela educação Sua palestra encantou a todos que com certeza passaram a admira-la ainda mais. Costumo dizer que nenhum professor continua com o mesmo olhar depois de ler Alicia Fernández. Recomendo dois livros que já li mas acho que todos são essenciais para a formação do educador moderno, preocupado, atento e atualizado.



A Inteligência Aprisionada, Alicia Fernández, 264 págs., Ed. Artmed, tel.0800-703-3444, 46 reais
A Mulher Escondida na Professora, Alicia Fernández, 182 págs., Ed. Artmed, 46 reais
O Saber em Jogo, Alicia Fernández, 184 págs., Ed.Ar tmed, 39 reais
Os Idiomas do Aprendente, Alicia Fernández, 224 págs., Ed. Artmed, 44 reais
Psicopedagogia em Psicodrama, Alicia Fernández, 208 págs., Ed. Vozes, 32,10 reais

domingo, 17 de abril de 2011

Afinal, o que é Psicopedagogia?

      A psicopedagogia, ao contrário do que o senso comum acredita, não é a junção da pedagogia com a psicologia. Segundo Fernández (1984:58) “é a área do conhecimento que trabalha o processo de ensinar e aprender.”Quando falamos desse processo não devemos nos prender apenas à aprendizagem formal, referindo-nos à escola, e sim dar um sentido mais amplo, visto que o ser humano em contato com o outro em qualquer contexto também aprende. Nenhum fator pode ser desconsiderado; família, sociedade e escola sempre farão parte da formação evolutiva de todo indivíduo.
    Observo que os educadores apesar de tanto falarem sobre novos conceitos aplicados a melhoria do ensino / aprendizagem, ainda continuam desamparados frente a tantos conceitos distorcidos, pois não existem receitas de como fazer alguém aprender com eficácia. Como professora também sinto a dificuldade em transpor teorias para a prática em sala de aula tendo em vista a diversidade de uma turma. Não é apenas o fato de usar técnicas ou atividades diferentes que atendam a todos os alunos.
        A psicopedagogia sendo interdisciplinar e complexa, não trata apenas das dificuldades de aprendizagem. Ela considera o sujeito, o professor, a família, a escola e a sociedade como partes essenciais de todo esse processo. É uma visão ampla e ao mesmo tempo minuciosa sem focar no que o individuo não consegue fazer, mas direcionando o olhar para o que ele tem de melhor, suas habilidades e vontades, interligadas com suas relações com o mundo.        
       Muitos professores ainda mantêm a visão tradicional de ensino, onde se posicionam em frente à sala de aula, repassam o conhecimento adquirido ou apenas memorizado e os alunos devem ficar atentos às explicações. O educador é o detentor do saber e é seu dever transmiti-lo e obrigação dos alunos de aprender. Dessa forma, muitos acreditam que a aprendizagem será comum a todos. O olhar do educador ainda é para o todo, desconsiderando a singularidade e as modalidades de aprendizagem tão importantes e discutidas atualmente.
       Dentre os fatores que influenciaram diretamente as mudanças da visão da escola, dos professores e dos alunos, assinalo o fato de que a sociedade moderna não é a mesma de trinta anos atrás, a família não tem mais a mesma estrutura, os pais não desempenham mais os mesmos papéis e por que a educação continuaria estática, tradicional e objetiva frente a tantas mudanças? Acompanho muitas discussões e novas propostas a fim de igualar o ensino com essa nova sociedade, mas pouco ou nada é feito. Aulas mecânicas são dadas todos os dias. Professores reclamam do mau desempenho de seus alunos, novos distúrbios surgem para justificar o fracasso escolar e mesmo nessas condições precárias, escolas, professores e alunos buscam incansavelmente explicar o motivo da não – aprendizagem.
O contexto atual exige um professor preparado para as diversidades e a psicopedagogia se faz presente, dado que não é uma ciência nova no Brasil, amparando a família, a escola e os sujeitos envolvidos na complexidade do saber.

FERREIRA, Camila Akemi. A Relação Professor / Aluno – Um Olhar Psicopedagógico Sobre a Educação No Contexto Atual. 2010. Monografia (Especialização Lato-sensu em Psicopedagogia). São Paulo Master School/Universidade São Marcos. São Paulo.

Para refletir

“Todo inventor, por mais genial que seja é sempre produto de sua época e de seu ambiente. Sua obra criadora partirá dos níveis alcançados anteriormente e também se apoiará nas possibilidades que existem fora de si.”     

 Lev S. Vygotsky                


terça-feira, 12 de abril de 2011

Dica de leitura

Gosto muito do filósofo e mestre em educação Mario Sergio Cortella. Há dois anos estive em um congresso de psicopedagogia e fiquei encantada com uma palestra dele, principalmente porque a dica de leitura de hoje foi inspirada em Paulo Freire.

"A tese fundamental é que o Conhecimento é uma construção cultural (portanto social e histórica) e a Escola (como veículo que o transporta) tem um comprometimento político de caráter conservador e inovador que se expressa também no modo como esse conhecimento é compreendido, selecionado, transmitido e recriado."

É uma visão ampla, moderna e diferenciada acerca da educação. É o tipo de leitura que nos leva a refletir sobre o meio, as descobertas e o outro no processo constante e mútavel da aprendizagem no contexto escolar, político e filosófico. Boa leitura!



Apadrinhamento um ato de amor

No final do ano passado conheci o Fundo Cristão em um blog de moda de uma pessoa muito especial que acompanho há alguns anos, a Cris Guerra do blog Hoje eu vou assim. Ela já tem uma experiência muito comovente com o apadrinhamento e decidiu compartilhar e divulgar esse projeto apaixonante. Devo confessar que sempre tive uma certa desconfiança com projetos sociais, principalmente os que pedem doações em dinheiro. Entrei no site, assisti os videos, os depoimentos de padrinhos e li sobre o projeto com as familias das crianças. Com apenas R$ 42,00 por mês é possivel ajudar uma criança a ter um futuro melhor. No site tem o perfil de cada um deles, foi bem dificil escolher um. O critério que eu e meu noivo usamos foi bem simples: Escolhemos um menino que gostasse das mesmas coisas que nós. Fizemos o cadastro pelo site e um mês depois já recebemos a primeira cartinha. É realmente algo indescritivel poder acompanhar o crescimento de uma criança e saber que estamos colaborando para que ela tenha um futuro bem melhor. Ainda está em dúvida? Entre no site, ligue, pergunte e ajude :)


Fundo Cristão para Crianças: http://www.fundocristao.com.br/

Hoje eu vou assim:  http://www.hojevouassim.com.br/

E o video do depoimento da Cris Guerra. Vale a pena assistir!



quarta-feira, 6 de abril de 2011

Curso intensivo sobre dislexia

Sou contra qualquer diagnóstico antecipado. Acredito que somente profissionais multidiciplinares capacitados podem indicar que alguém é dislexico. Todos os cursos e palestras que participei tive contato com histórias incriveis de professores sem nenhuma informação sobre o assunto que rotulava os alunos mais fracos ou com qualquer dificuldade de aprendizagem como disléxico. Acho essencial que todo profissional da área educacional se atualize, estude e leia a respeito. A ABD  Associação Brasileira de Dislexia tem um site bem completo com informações especificas para professores, além de cursos e palestras com especialistas e profissionais  para orientar e esclarecer todas as dúvidas. Quer ser um professor com um olhar diferenciado? Informe-se!

DE 11 A 22 DE JULHO  Auditório da ABD

Curso intensivo para capacitação, dirigido a profissionais já atuantes das áreas de educação e saúde e profissionais das áreas de Psicologia, Fonoaudiologia, Psicopedagogia, Neurologia, Pediatria, Pedagogia, Oftalmologia e afins.
É um curso de aprimoramento com aulas específicas que partem desde a formação anatômica do cérebro e suas funções; seguindo pelo desenvolvimento infantil; funções motoras; evolução do pensamento; oralidade, respiração; aprendizagem; aquisição da leitura e escrita; exames específicos; avaliações; estudos de caso, vivências, tratamento, materiais de apoio, e legislação brasileira. Os participantes terão Certificado de Conclusão, chancelado pela Associação Brasileira de Dislexia - ABD, com freqüência igual ou superior a 75% das aulas.

Mais informações no site: http://www.dislexia.org.br/